Personagens "chifram" sem dó em novelas brasileiras
05 de junho de 2009 • 09h48 • atualizado às 10h14
Norminha conquista os homens e aumenta a fama de corno de Abel, em 'Caminho das Índias'
Foto: TV Globo/Divulgação
Os personagens traidores da TV nem sempre se contentam com apenas um amante. Atualmente, os tipos que mal conseguem passar pelas portas dos cenários, com seus galhos pontiagudos, possuem múltiplos motivos de sofrimento.
É o caso de Maura, papel de Adriana Garambone em Poder Paralelo, da Record, que é traída pelo marido Bruno, de Marcelo Serrado, com suas duas amantes. Ou do manso guarda Abel, de Anderson Muller, em Caminho das Índias, por exemplo. Com seu permanente sorriso rasgado de "corno de novela", o personagem nem faz idéia do que a atirada Norminha, de Dira Paes, faz depois de ajeitar seu farto decote, antes de lançar seu olhar malicioso para os homens de todos os núcleos da trama.
Basta escutar o refrão "você não vale nada, mas eu gosto de você", que embala as cenas da morena ninfomaníaca, que os chifres de Abel parecem crescer a olhos vistos.
"Os guardas municipais estão enfurecidos. Dizem que, ao invés de 'corno', têm sido xingados de Abel nas ruas. Mas não sabia como os cornos eram tão bem aceitos na sociedade. Todos gostam dele", diverte-se Anderson.
Dira Paes, que não atuava em novelas há 10 anos, desde Força de Um Desejo, ainda se surpreende com a repercussão causada por uma personagem que não só insinua que trai o marido com vários homens, mas coloca sonífero todas as noites no leite quente do personagem para poder sair com tranqüilidade e ir à "caça".
"Ela pega fogo por vários, é descarada, safada, tem um quê da Dama do Lotação e da Belle de Jour, mas é muito divertida", avalia Dira.
Na contramão da comédia, que chega a amenizar as traições tão corriqueiras nas tramas, Marcelo Serrado tem convivido com um personagem quase sórdido em Poder Paralelo". Além de manter Fernanda, de Paloma Duarte, como amante "oficial" há anos, o papel ainda tem um caso com sua cunhada Vânia, de Bete Coelho.
Mas nem imagina que também é traído pela amante Fernanda com Rudi, de Petrônio Gontijo. Ou seja, amante que trai amante até merece perdão na trama de Lauro César Muniz.
"Ele pega a cunhada, é apaixonado pela Fernanda, não existem valores", analisa Marcelo.
Em Vidas Opostas, o ator viveu o contrário na pele do delegado Nogueira, vilão da trama de Marcílio Moraes. "Adoro que meus vilões virem cornos com muitos chifres, para a sociedade se sentir vingada", assume Marcílio.
Um dos papéis mais condenados atualmente pelo público é a vilã Yvone, de Letícia Sabatella em Caminho das Índias. Além de trair a melhor amiga Silvia, de Débora Bloch, com seu marido Raul, de Alexandre Borges, a personagem dá indícios que engana o próprio amante com Mike, de Odilon Wagner.
"O mais grave não é nem a traição, mas o fato dela não ter a capacidade de amar. Ela não traiu a amiga porque se apaixonou pelo Raul, mas por interesse. É uma manipuladora fria e cruel", analisa Letícia.
Já Odilon é experiente no assunto. Em Por Amor, o seu personagem Rafael não só traía a mulher Virgínia, de Ângela Vieira, com um garotão, como ia morar com ele no último capítulo da trama de Manoel Carlos.
No entanto, nem todos os amantes e personagens enfeitados com doloridas "antenas" conseguem um final feliz. Em Paraíso Tropical, Maria Fernanda Cândido vivia a secretária Flávia, que tinha um caso de mais de 15 anos com o empresário Antenor, de Tony Ramos. Acabou sendo deixada de lado antes do meio da história.
"Ficava impressionada quando escutava de muitas mulheres cultas e com bom nível que se dedicaram anos a fio como amantes e ainda acreditavam que casariam com eles", assusta-se Maria Fernanda.
Amor e traição
Nem sempre as novelas abordam as traições através de personagens vilanescos, com alguma inclinação para ornarem propositalmente algumas testas com frondosos galhos. Em alguns casos, simples donas de casa, por exemplo, podem se deparar com armadilhas ao se apaixonarem por algum personagem e começarem a trair seus maridos.
Helena Ranaldi ainda lembra do quanto foi condenada na pele da sofrida Dedina, em A Favorita. A personagem passou alguns capítulos evitando a aproximação com o rústico Damião, de Malvino Salvador, um dos melhores amigos de seu marido Elias, vivido por Leonardo Medeiros. Mas não resistiu.
"Ela não foi uma mulher safada, quis afastar a tentação, mas a atração física começou a mandar nela. A Dedina sofria, se sentia culpada, ela se apaixonou por ele", defende Helena.
Sete anos antes, em Presença de Anita, Helena viveu uma situação inversa com sua personagem. Casada com o escritor Fernando, de José Mayer, Lúcia Helena foi traída em cenas tórridas pelo marido com a ninfeta Anita, de Mel Lisboa.
"Enquanto alguns personagens eram traídos, sempre vivi garanhões. Mas meu prazo de validade nesta função está acabando. Vou acabar deixando de ter essa função", brinca o ator.
Instantâneas
# Em O Dono do Mundo, Márcia, personagem de Malu Mader, passou a ser odiada pelo público ao trair o marido Walter, de Tadeu Aguiar, em sua lua-de-mel. Ela o chifrou com o poderoso Felipe Barreto, de Antônio Fagundes.
# Uma das traições exóticas da TV foi na minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos, baseada na obra de Jorge Amado. Na trama, Giulia Gam vivia Dona Flor, casada com Teodoro, de Marco Nanini, e o traía com o falecido Vadinho, de Edson Celulari.
# Um dos amantes mais lembrados da TV é Ralf, de Oscar Magrini. O boa-vida tinha um caso com a dondoca Léa, de Silvia Pfeifer, que chifrava por meses o marido Bruno Mezenga Berdinazi, de Antônio Fagundes.
# Na reta final de Duas Caras, a psicopata Silvia, de Alinne Moraes, enfeitou a cabeça de Marconi Ferraço, de Dalton Vigh. Ela o chifrou com o motorista João, de Júlio Rocha.
05 de junho de 2009 • 09h48 • atualizado às 10h14
Norminha conquista os homens e aumenta a fama de corno de Abel, em 'Caminho das Índias'
Foto: TV Globo/Divulgação
Os personagens traidores da TV nem sempre se contentam com apenas um amante. Atualmente, os tipos que mal conseguem passar pelas portas dos cenários, com seus galhos pontiagudos, possuem múltiplos motivos de sofrimento.
É o caso de Maura, papel de Adriana Garambone em Poder Paralelo, da Record, que é traída pelo marido Bruno, de Marcelo Serrado, com suas duas amantes. Ou do manso guarda Abel, de Anderson Muller, em Caminho das Índias, por exemplo. Com seu permanente sorriso rasgado de "corno de novela", o personagem nem faz idéia do que a atirada Norminha, de Dira Paes, faz depois de ajeitar seu farto decote, antes de lançar seu olhar malicioso para os homens de todos os núcleos da trama.
Basta escutar o refrão "você não vale nada, mas eu gosto de você", que embala as cenas da morena ninfomaníaca, que os chifres de Abel parecem crescer a olhos vistos.
"Os guardas municipais estão enfurecidos. Dizem que, ao invés de 'corno', têm sido xingados de Abel nas ruas. Mas não sabia como os cornos eram tão bem aceitos na sociedade. Todos gostam dele", diverte-se Anderson.
Dira Paes, que não atuava em novelas há 10 anos, desde Força de Um Desejo, ainda se surpreende com a repercussão causada por uma personagem que não só insinua que trai o marido com vários homens, mas coloca sonífero todas as noites no leite quente do personagem para poder sair com tranqüilidade e ir à "caça".
"Ela pega fogo por vários, é descarada, safada, tem um quê da Dama do Lotação e da Belle de Jour, mas é muito divertida", avalia Dira.
Na contramão da comédia, que chega a amenizar as traições tão corriqueiras nas tramas, Marcelo Serrado tem convivido com um personagem quase sórdido em Poder Paralelo". Além de manter Fernanda, de Paloma Duarte, como amante "oficial" há anos, o papel ainda tem um caso com sua cunhada Vânia, de Bete Coelho.
Mas nem imagina que também é traído pela amante Fernanda com Rudi, de Petrônio Gontijo. Ou seja, amante que trai amante até merece perdão na trama de Lauro César Muniz.
"Ele pega a cunhada, é apaixonado pela Fernanda, não existem valores", analisa Marcelo.
Em Vidas Opostas, o ator viveu o contrário na pele do delegado Nogueira, vilão da trama de Marcílio Moraes. "Adoro que meus vilões virem cornos com muitos chifres, para a sociedade se sentir vingada", assume Marcílio.
Um dos papéis mais condenados atualmente pelo público é a vilã Yvone, de Letícia Sabatella em Caminho das Índias. Além de trair a melhor amiga Silvia, de Débora Bloch, com seu marido Raul, de Alexandre Borges, a personagem dá indícios que engana o próprio amante com Mike, de Odilon Wagner.
"O mais grave não é nem a traição, mas o fato dela não ter a capacidade de amar. Ela não traiu a amiga porque se apaixonou pelo Raul, mas por interesse. É uma manipuladora fria e cruel", analisa Letícia.
Já Odilon é experiente no assunto. Em Por Amor, o seu personagem Rafael não só traía a mulher Virgínia, de Ângela Vieira, com um garotão, como ia morar com ele no último capítulo da trama de Manoel Carlos.
No entanto, nem todos os amantes e personagens enfeitados com doloridas "antenas" conseguem um final feliz. Em Paraíso Tropical, Maria Fernanda Cândido vivia a secretária Flávia, que tinha um caso de mais de 15 anos com o empresário Antenor, de Tony Ramos. Acabou sendo deixada de lado antes do meio da história.
"Ficava impressionada quando escutava de muitas mulheres cultas e com bom nível que se dedicaram anos a fio como amantes e ainda acreditavam que casariam com eles", assusta-se Maria Fernanda.
Amor e traição
Nem sempre as novelas abordam as traições através de personagens vilanescos, com alguma inclinação para ornarem propositalmente algumas testas com frondosos galhos. Em alguns casos, simples donas de casa, por exemplo, podem se deparar com armadilhas ao se apaixonarem por algum personagem e começarem a trair seus maridos.
Helena Ranaldi ainda lembra do quanto foi condenada na pele da sofrida Dedina, em A Favorita. A personagem passou alguns capítulos evitando a aproximação com o rústico Damião, de Malvino Salvador, um dos melhores amigos de seu marido Elias, vivido por Leonardo Medeiros. Mas não resistiu.
"Ela não foi uma mulher safada, quis afastar a tentação, mas a atração física começou a mandar nela. A Dedina sofria, se sentia culpada, ela se apaixonou por ele", defende Helena.
Sete anos antes, em Presença de Anita, Helena viveu uma situação inversa com sua personagem. Casada com o escritor Fernando, de José Mayer, Lúcia Helena foi traída em cenas tórridas pelo marido com a ninfeta Anita, de Mel Lisboa.
"Enquanto alguns personagens eram traídos, sempre vivi garanhões. Mas meu prazo de validade nesta função está acabando. Vou acabar deixando de ter essa função", brinca o ator.
Instantâneas
# Em O Dono do Mundo, Márcia, personagem de Malu Mader, passou a ser odiada pelo público ao trair o marido Walter, de Tadeu Aguiar, em sua lua-de-mel. Ela o chifrou com o poderoso Felipe Barreto, de Antônio Fagundes.
# Uma das traições exóticas da TV foi na minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos, baseada na obra de Jorge Amado. Na trama, Giulia Gam vivia Dona Flor, casada com Teodoro, de Marco Nanini, e o traía com o falecido Vadinho, de Edson Celulari.
# Um dos amantes mais lembrados da TV é Ralf, de Oscar Magrini. O boa-vida tinha um caso com a dondoca Léa, de Silvia Pfeifer, que chifrava por meses o marido Bruno Mezenga Berdinazi, de Antônio Fagundes.
# Na reta final de Duas Caras, a psicopata Silvia, de Alinne Moraes, enfeitou a cabeça de Marconi Ferraço, de Dalton Vigh. Ela o chifrou com o motorista João, de Júlio Rocha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário